quinta-feira, 26 de junho de 2014

Tanta Noite!

É como em todo o ano:
Ainda o astro-rei irónico sorrindo,
cá chega mais um Outono
como sempre, da alegria desavindo!

Cai agora a noite no lá fora
e o frio traz já o cinzento;
cai cá dentro agora sem demora
a alegria, abre alas o desalento...

Vês aquela florzinha ali?
Tão pequena gota de cor!
Uma ilusão passageira em si...
- Lembra-me o estertor do amor.

Tenho frio. Gelo de solidão.
É culpa do Verão que terminou?
Lembro uma promessa de união...
Mas já não existe quem amou.

(E as promessas são palavras fustigadas no vento...
Quem faz não espera, nada é vago nem lento!)

Como são vâs as juras de Verão!
Tão breve o calor que nos aleita...
Mas tão longas estas noites de solidão,
tanta noite pela frente e que nos rejeita!

Tanta, tanta noite, tanta noite!

Armanda Andrade - 24.10.2009



Olhar de lama

No meu âmago, em surpresa, faz-se
nos fundos silêncios, no bem encerrado,
e inundando tudo o que está enterrado,
este lago tremente que sem medo nasce.

Sob a calma do cerúleo céu
- podia reflectir o mais puro eu...
Emerge esta água num repente
brotando da terra, em nascente.

Em breve instante me sinto fluir
Em mim poisam brilhos de sol!
Sinto este calor de emergir
urgente, fugir deste atol!

Mas foi a nascente só um pensamento
breve, traiçoeiro e fugidio como o vento...
Esvai-se num suspiro a esperança vã,
fica a lama em meus olhos de avelã.

Porque a lama é o que jaz nos fundos.
Traiçoeira e indolente - águas turvas.
Mas fervilhando em ocultos mundos,
esperando, uma guardiã das chuvas.

Pois nós somos da cor do que fica
preso e enterrado e escondido!
Vejo ao longe a água que corre, arrisca...
Daqui guardo só o meu olhar perdido.

O meu olhar perdido, avelã, da cor da lama.


Armanda Andrade - 23.10.2009





REQUIEM DE UM AMOR

O meu coração está vazio, vazio de luz
mesmo que dele se abarque o universo.
Apenas do amor, só da ferida o pus
(tão patético, o motivo deste verso...)!

Não encontro a luz das estrelas
neste buraco negro que tudo engole!
Às escuras, eis que acendo umas velas
mas tudo o que vejo é como cera mole!

O meu vazio é vasto como o universo
O meu coração voga por aí a esmo
em pedacinhos, tão longe vai disperso
mas se é que volta, ei-lo o mesmo!

Eu só queria uma pequena estrela
Será isso querer demasiado?
Queria morrer bem dentro dela,
deixar meu coração abandonado.

Entretanto, tudo continua submerso...


Armanda Andrade - 15.10.2009





segunda-feira, 2 de junho de 2014

Cronista na Obvious Magazine

     A partir de hoje, tenho o privilégio e o prazer de vos brindar com verdadeiras pérolas das minhas aprendizagens de sabedoria, em


Boas leituras acompanhadas com uma mine e tremoços :-)

https://plus.google.com/113548424826770367973/posts/cC7xA9ZvFCd

Bem vind@!!

     Aqui fala-se de Arte, de Pintura, de Poesia e Escrita, de Fotografia e de tudo o mais que me ocorrer, como o que fazer num dia de chuva - num dia de sol, é provável que se escreva após o dia findar, andarei por aí vadiando com a máquina fotográfica ou simplesmente absorvendo o ar e a vitamina D, de preferência com um mojito na mão...

     Falarei de mim sem prometer autenticidade, afinal, interessa-me mais contar estórias, e o que for autobiográfico permanecerá indefinido.

     Falarei de Tudo e de Nada.

     Reservo-me o direito de mudar de opinião, de ser imperfeita, de me chatear, de me preocupar com as coisas simples e até de publicar selfies. Mas na verdade o que mais aparecerá será fruto da minha mente workaholic, vadia, errante, curiosa.

     O resto logo se acrescenterá.

     Puxem uma cadeira e sorvam um bom café; o meu, com uma pitada de pimenta e canela.