terça-feira, 1 de julho de 2014

O Silêncio

Encontra-me logo ó Morte!
Já estou vazia por dentro.
Eu aceito a minha sorte;
desejo-a, sem um lamento!

Mas aviso-te: sê rápida!
Faz bem o teu trabalho!
Nada de hesitação apática,
está já lançado este baralho!

Dá-me o chão bem lá no fundo,
debaixo daquelas folhas já murchas.
Quero o silêncio, o mais profundo,
descerei contente ao lugar das bruxas.

Quanto mais fundo mais longe,
pois anseio o esquecimento eterno!
Não chore por mim o falso monge,
ninguém finja que o que sente é terno!

Sou órfã de quem já me amou...
Estou presa no tempo que parou.
Quero a terra, ali, a mais funda
e dormirei na cova, já moribunda.


Ou vaguearei pelo nada, como eterna vagabunda...


Armanda Andrade - 24.10.2009

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